sábado, 30 de maio de 2020

arranjo de flores

[...] um arranjo de flores
de muitas cores,
assim terei motivo
e o mais viver, cativo,
para a inspiração florecer... 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado 
Sertão da Farinha Podre, Triângulo Mineiro
maio de 2020

copyright © Todos os direitos reservados
Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Orquídeas


[...] multicor
ao vento bailarinas
na natureza ao dispor
delicadas meninas
seda da vida
nos jardins inquilinas
na medida
tutus de rendas
contidas... garridas...
prendas
tão belas, floridas
as orquídeas,
tom maior... preciosa flor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/05/2020, Triângulo Mineiro

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

quarta-feira, 20 de maio de 2020

O BEM (soneto)


Sim, no vaivém
de querer ser alguém
Sei de sobra
que a vida cobra...

Sei, que ir além
requer ser, também!
Ser, o que o jeito dobra
e ter mão a obra...

Sei, enfim, que
todo tem porque
e tem porém...

Contudo, a vida
se tem amor de partida
o propósito terá o bem.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
20/05/2020, Triângulo Mineiro

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terça-feira, 19 de maio de 2020

VISITA (soneto)


Nos paralelepípedos das calçadas
Leio os versos do viver de outrora
Meu, rimas sinuosas e poeiradas
Numa memória tão fugaz e sonora

Vou sozinho, outras as madrugadas
A trama diferente, e outra a hora
Outros destinos, e outras estradas
Desassossegado, o que sinto agora...

Choco na linha da vida, nas esquinas
Fico calado. Desfaço o laço de fita
Do fado. Tem cheiro de naftalinas

Corri ao encontro da velha escrita
Sorri, falamos, ofegantes narinas
Segui andando, na revinda visita...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/05/2020, Triângulo Mineiro

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sábado, 16 de maio de 2020

[...] abajur


mesmo estando escuro
havia aquele abajur
mesmo sem poesia
havia o lusco fusco da lua
iluminando o teu olhar que luzia
na inspiração, com rima nua
poetando o que não dizia
a paixão... e onde era sua
a minha vontade, o meu amor
hoje, solitário pela rua
os meus versos sem sabor
vai... chora... calado
por onde for
e o abajur apagado...
aí que dor!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/05/2020, Triângulo Mineiro

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Vídeo poético no Canal do YouTube:
https://youtu.be/NxwNtt_7MqM


sexta-feira, 15 de maio de 2020

Ser-se Poeta


Ser-se poeta é ser-se sentimental
( - ou mais do que piegas talvez...)
É pôr-se no romantismo especial
E ter a sofrência nunca em escassez

É devanear sem arrecadar nada
Consciente da redoma lhe posta
Nos versos da poesia traçada
Estar sempre em busca de resposta

É saber rir e chorar sem por nome
Ter no olhar um querer por alguém
Um amor que sempre lhe consome
E uma trateia que o leva para além...

É enredar com perfume a dor
E acha-la formosa e humana
Porque lhe faz eterno amador
Com sensações de rara porcelana

Ser-se poeta é ser-se sonhador!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15/05/2020, Triângulo Mineiro

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Vídeo, no canal YouTube:
https://youtu.be/CWKYi9-JNUY

Alvorada


Raiar. Madrugada. O fulgor
E mais cintilante talvez
E uma brilhante palidez
O cerrado no seu alvor

Não a beleza apenas
Do horizonte multicolor
Mas a das cenas plenas
Que no delírio é revelador

A voz do dia grita
E da magia responde
Numa formosura infinita
Que no flexuoso esconde

Mas quase sem ruído
A alvorada no outono
Deixa na noite o sono
E do sublime é possuído!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
15 de maio, 2020, 05’05” – Triângulo Mineiro

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Vídeo no YouTube:

Madrugada

Do fundo do meu quarto no cerrado
Eu ouço a madrugada, tão silenciosa
Que faz o vento trautear desentoado
E do canto do galo uma prece religiosa!

Ouço a noite cochichar ao meu lado
Fuxico escusado da hora vagarosa
Sem dó nem piedade, e nem agrado
Despetalando a solidão tal uma rosa...

[...] e vai o alvor desenfreado,
cheio de prosa!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Mês de maio, 2017 - Cerrado goiano

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Vídeo no YouTube:
https://youtu.be/zrS3kSiHmOc

terça-feira, 5 de maio de 2020

COVID (soneto)


Madrugada. Silêncio. A agonia
A treva no aflito recolhimento
A ânsia dum outro momento
Sacode a quietude da poesia

Deveras outro sentimento
Numa contaminação do dia
E então outro tempo teria
Nova era, novo nascimento

A voz de Deus Pai grita
E a das almas responde
Nesta labareda infinita

No peito o medo esconde
Num ruído saído da escrita
Dispersos, filhos de Eva... pra onde?

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio, 2020- Cerrado goiano

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

sexta-feira, 1 de maio de 2020

TACHO (soneto)

Quantos doces em alquimia
Colher de pau, a calda densa
A ferver, compotas na dispensa
O tacho em sua eterna poesia

Queima a lenha, ferve a água fria
Nas labaredas estórias pedem licença
E nós sabores, só tu faz a diferença 
Das caldas, doces, deleitosa iguaria

Os açucarados da infância, delicia
O tacho ora quente, ora esfriando
Se espirrando, não foi de malicia

É sua natureza, da receita, mando
Mexe, remexe, expectativa, perícia
No fogão de lenha ele é comando...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
01 de maio de 2020 – Triângulo Mineiro

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol