quinta-feira, 30 de julho de 2020

DESENCANTO (soneto)


Muitas vezes trovei os amores idos
Chorando o desalento e desventura
No engano, numa lira feroz e impura
De infelicidade, o vazio dos sentidos

E nesses instantes sofridos, convertidos
Cada lágrima escrita era de amargura
Com rimas sem resolução e tão escura
Soando a alma com cânticos gemidos

E se tentava acalmar com justificação
Mais saudoso ficava o árduo coração
Que se enganava querendo encanto

E, sussurrando, num afiado suspiro
Os versos que feriam, tal um tiro
O amor, eclodiam do desencanto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020 – Triângulo Mineiro

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O ACENDEDOR DO DIA (soneto)


Lá vem o sol o acendedor do dia na rua
Este mesmo, rubro, que vem reluzente
Raiando no horizonte, turvando a lua
Quando o véu da noite se faz ausente

Parodiado a poesia, a prosa continua
Na energia, na quimera poeticamente
À medida que a luz aos poucos acentua
E a escureza da noite se vai de repente

Encantada evidência que Deus nos doa
Brilho que doira o dia e ilumina a vida
E que com tal esplendor nos abençoa

Assim, em nossa alma o amor insinua:
O bem, a fé, a felicidade a boa acolhida
Que na claridade com a gratidão tatua

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
30/07/2020, 07’22” – Triângulo Mineiro

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quarta-feira, 29 de julho de 2020

AOS PÉS DA CRUZ (soneto)


A Vós submisso vou, braços crucificados
Nesse calvário sacrossanto da paixão
Receba-me, na Tua elevada compaixão
E, por nos livrar do mal, estais cravados

A Vós, Pai, que pelos pecados fustigados
Piedade! ... poupe os ceticismos incertos
No Teu perdão, Teus zelos estais abertos
Perdoai nossas falhas, e rumos errados

A Vós, pés encravados, por nos amar
A Vós, chagas abertas, para nos ungir
A Vós, na dor, e Teu sangue a libertar

Por não nós deixar, nem de nós desistir
Por ser o filho escolhido, o meu olhar
Aos pés da cruz, aqui estou pra remir...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
29/07/2020, 11’02” – Triangulo Mineiro
paráfrase Gregório de Matos Guerra

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terça-feira, 28 de julho de 2020

OUTONO EM POESIA (soneto)


Bailando no ar, gemia inquieta a folha caída
No azul do céu, do sertão, ao vento rodopia
Agitando, em uma certa alvoroçada melodia
Amarelada, vai-se ela, e pelo tempo abatida

Pudesse eu acalmar o seu fado, de partida
Que, dos galhos torcidos, assim desprendia
Num balé de fascínio, e de maga infantaria
Suspirosas, cumprindo a sua sina prometida

A vida em uso! Na rútila estação, obedecia
Um desbotado no horizonte, desenhado
E em romaria as folhas, em ritmo e magia

No chão embebido, o esgalho adormecido
Gótica sensação, de pesar e de melancolia
No cerrado, ocaso, do outono em poesia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/07/2020, 10’22” – Triangulo Mineiro

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segunda-feira, 27 de julho de 2020

RUMO (soneto)


Cada amor é um perfume, uma flor, um jeito
Nem se conhecem, o que vale, e que importe
É a essência, ah, essa tem de ser bem forte
Sentimento e poesia de um cântico perfeito

O jungido de alma, ocupando o mesmo leito
Olhares e o pulsar do coração numa tal sorte
Que faça do pensamento um elegante porte
E dos beijos recato de orgulho e de respeito

E assim, o tempo no tempo, as duas vidas
No mais profundo vínculo e em comunhão
Ajustando as emoções nas boas acolhidas

E os dois seres, então, um do outro perto
De mãos dadas com a doce afável paixão
Onde o caminho de afinidades é coberto

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/07/2020, 13’17” – Triângulo Mineiro

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CONTA E AMOR (soneto)


Amor roga terna conta do meu afeto
E eu, servil, ao amor dar-lhe-ei conta
Mas, sem a ponta, como dar-lhe fronta
De tanta conta, se no amor fui inquieto

Para dar desponta neste tal decreto
O amor me foi dado com boa monta
E eu, de incúria tonta, não fiz conta
Do tempo, que hoje me é incompleto

Ah! tu que tens o amor que desponta
No peito, me conta, para eu ter tempo
Se ainda tenho em conta, nessa conta

O tal que, na remonta, gorou o atempo
Quando lhe chegar à conta, na esponta
Do amor, chorará, como eu, sem tempo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
27/07/2020, 08’43” – Triângulo Mineiro
paráfrase Frei Antônio das Chagas

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domingo, 26 de julho de 2020

CONFIDÊNCIAS (soneto)


Eu fui falar, vexado, da minha solidão
Ao cerrado; e aos arbustos torcidos
Querendo pacificar a minha emoção
Dessas pequenas queixas e alaridos

Incomovido permaneceu sem alusão
Não quis a lamentação dar ouvidos
Nem cessar as cantilenas na imensidão
Pôs-se indiferente aos meus sentidos

Mas, devagar passou a prestar atenção
Aquietou-se mais, e mais ainda contido
Arregalou-se para a carrancuda aflição

E, em um ato inesperado, assim, dizia:
- Caro poeta acabrunhado e, aturdido
Da melancolia me converto em poesia...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
26/07/2020, 07’30” – Triângulo Mineiro

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sexta-feira, 24 de julho de 2020

TOCAIA (soneto II)


Ao sopro do vendaval no cerrado
No céu azul da vastidão do sertão
Segue veloz os sonhos do coração
Entre os uivos do já e do passado

A quimera, se acautela na ilusão
Prudente, contra o sentir errado
Tenta equilibrar estar apaixonado
Pra não sufocar a sofrida emoção

Na procela no peito esganiçada
Brami uma dor abafante e escura
Que perambula pela madrugada

E, em aflitivos véus da sofrência
Dando-lhe, assim, ar de loucura
No amor valência é ter paciência

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 15’15” – Triângulo Mineiro

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VERSAR MORIBUNDO (soneto)


Tome, solidão, está espada, e.… fira
Meu sofrente coração, tão azarento.
Que importa a mim ter árduo lamento
Se a sorte no destino é persistente ira

Ah! .... emoção lacrimosa e funesta lira
Que ao vazio regi, mirrando o momento
Que esbroa o plural tramite do alento
Polvilhando no peito essa dor tão cuíra

Ó silêncio! Que vem musicar saudade
Troando a minha vida em tempestade
Na aberração do infortúnio fecundo...

Mas a atormentada trava da teimosia
Infeliz. Catuca a inspiração da poesia
Sangrando o meu versar moribundo!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
24/07/2020, 09’12” – Triângulo Mineiro

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quinta-feira, 23 de julho de 2020

A ÁRVORE DA SERRA (soneto)


A árvore, da serra, no cerrado, tem encanto!
E essa árvore tão colorida que o olhar acalma
Aderna a sequidão e rega o fascínio da alma
Avindo entre ipês, buritis num belo recanto

Ó manacá da serra! Que brota sem trauma
No cerrado. Num brilho de sedução, tanto
Florescendo e entalhando por cada canto
Que pelo chão do planalto, graça espalma

Tão longe de sua vivenda, vai albergando
Num poema transposto, prófugo e brando
Trajando o cerrado com as vestes da serra

De branco e lilás, a flor, de lampejo santo
O manacá, cá tem, no sertão tal um manto
Influindo em mais um espetáculo da terra!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
23/07/2020, 11’33” - Cerrado goiano

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quarta-feira, 22 de julho de 2020

ATO DE CARIDADE (soneto)


Que eu tenha o Bem, e Paz. Assim eu faça!
Que a mão posta ouça as preces, alce voo
Maria, Mãe, volva tua face para essa graça
Que eu seja caridoso sem louvar que sou

Se muito ou pouco, que tudo me satisfaça
Não importe ou doa o quanto me custou
Não deixe que o orgulho seja uma ameaça
E a minha fé seja o troco que me sobrou

Que o riso e abraço, seja pra quem vier
De onde vier, onde estiver, assim seja!
Ó Deus Pai! Me abençoe nesse prover

E, no viver, sempre tenha amor e laços
E no pão de cada dia, bênçãos, eu veja
Partindo com o irmão em dois pedaços

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
22/07/2020, 09’52” - Triângulo Mineiro
paráfrase Djalma Andrade

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segunda-feira, 20 de julho de 2020

FLOR DO IPÊ (soneto)


Pra o Ipê florar tal uma poesia, não basta
A poética e encantos dos seus segundos
Sua beleza acesa, são cânticos profundos
Que invadem o olhar na amplidão vasta

Do cerrado. Flor igual em todo mundo
Não há; tua delicadeza tão bela e casta
Declama graça que pelo pasmo arrasta
Ornando o sertão, no seu chão sitibundo

Mais terna, e pura, frágil, fina e à mercê
Do matiz: rosa, amarelo e branco, airoso
São essências vibrantes das pétalas do ipê

Hei de exaltar está flor além da sedução
Porque o meu fascínio, ao vê-la, é ditoso
Onde o poeta inspira a emotiva emoção.

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
20/07/2020, 18’48” - Triângulo Mineiro

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https://youtu.be/yqX6E6w1L1M

POÇO (soneto)

Dizem que a saudade é a dor profunda

Que no peito nem o suspirar a estanca

Todos querem tirar, mas pouco arranca

E se mais a cava, tanto mais se afunda

 

Contudo, padece sempre, ó prava tunda!

Que nessa sofrência mina e desbarranca

E vai dando aflição, tão velhaca retranca

Que desalenta e de insatisfação inunda

 

Quanto vazio, e noite que não encerra

Dando ao olhar um gemido que berra

Té que o silêncio a prostração convida

 

E então, nesta lavra tão árida e tão nua

Que na lembrança só se tem a falta tua

Sufoca, estrangula e empobrece a vida!

 

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado

20/07/2020, 09’46” - Triângulo Mineiro

 

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Vídeo – Canal no YouTube:

https://youtu.be/3h8ufqe8zc0


domingo, 19 de julho de 2020

ESPAÇO (soneto)

Tragando a vastidão do cerrado profundo

A solidão num canto, a saudade devassa

Saudade do afeto que no peito arregaça

E que vagueia na dor, lamentoso mundo

 

E na esteira sem fim da tristura sem graça

Ei-la embalada na sofregdão de moribundo

Recostado no abismo sepulcral sem fundo

Do pesar, e encruado suspiro que não passa

 

Poeto. Me elevo em busca de um conforto

Vou pelo estro de encontro a outro porto

Pra aurorear a sensação com cheiro de flor

 

E nesta emoção que se tornou um lastro

No vazio. Cheio de pranto no árduo rastro

Cato a poesia para abrir espaço pro amor...

 

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado

19/07/2020, 15’10” - Triângulo Mineiro

 

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Vídeo no Canal no YouTube:

https://youtu.be/WhGZDtoyF4k


sexta-feira, 17 de julho de 2020

Amor

Sofremos! Se de amor for, que seja!
Viver no coração amado de paixão
Quero no afeto estar sem peleja:
- choro, riso, que venha emoção.
Que assim, então, sejamos vigor
Amemos! Na mais doce razão
E no suave desejo, ofertar: - flor
Olhar com beijos, e satisfação...
Pois, o que vale é ser amador
E, no elevo da sede absoluta
Quero afago, quero o dispor
Onde a alma fique na escuta
Com seus suspiros e o ardor
De cada um deste momento
Quero,
- morrer nos braços do amor!

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
17 de julho de 2020, Triângulo Mineiro

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Vídeo no Youtube:




quinta-feira, 16 de julho de 2020

[…]desabrochar

ao acordar destramelo a janela
lá fora o silêncio empoeirado
e cá, adentra a alva donzela
num frio do julho do cerrado...
desabrocha... e a vida se revela!

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado
16 de Julho de 2020, Triângulo Mineiro

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Vídeo no YouTube:

Flores

Flores me são poesias
Onde há tão bela flor
Os poemas são magias, 
Bálsamo do poético amor...

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado 
Julho de 2020, Triângulo Mineiro

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domingo, 12 de julho de 2020

Da Minha Maneira


O fim abeira ao remate da estrada
E agora como encarar o final
Paro frente as estrelas e ainda quero revoada
E o fastio começa a dar o seu sinal
De contrição, arbítrio: - da fachada...
Mas, irei nesta marcha até a meta
Da minha maneira!
Tal um verso de um poeta
Tropeço... e na besteira
Perdão, fez parte, sem exceção
E beira,
O meu viver, a minha emoção
Fui inteira
E poderei dizer que feliz está o coração
Da minha maneira!
Cada passo marcado pela vida foi musicado
Nas dúvidas, incertezas, trincheiras
Fui paixão, fui amor alado
Fui... Verdadeira!
Da minha maneira!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
12/07/2020 – Triângulo Mineiro
Para Tia Nancy Magalhães

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sábado, 11 de julho de 2020

Eu sei

Eu sei sorrir

Também sei chorar

A vida no seu existir

Nos faz livres, pra voar

Tenho emoções, e vontades

Senti, sentia, se devo ou devia

Não sei, só sei as verdades

Das ousadias: - minha poesia

Que chega e me transforma

Em rastros de alegria

Nesta ou naquela forma

Me mergulhando em magia

Tenho tudo e nada tenho

Nas mãos o vazio

Na alma o desenho

Do amor, em silêncio...

Eu sei à que venho!

 

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

24/05/2014, 21’21”, cerrado goiano

 

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sexta-feira, 10 de julho de 2020

ARRÍTMICO (soneto)

Amar você foi coisa de espaço

A sofrência é mais que uma dor

Foi tão bom ser teu, o teu laço

Trançado ao teu querer, amor!

 

Aqui num silêncio, falta pedaço

Pouco me resta do que foi, calor

Também falta! Falta o compasso

Abraços, afagos teus, aquela flor!

 

E aqui neste poetar derramado

A morte é menos que a saudade

E pelos olhos o pesar é vazado...

 

E ao ver o teu cheiro na solidão

Então, vejo que sou só metade

E arrítmico o matuto coração...

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

10/07/2020, 14’35” – Triângulo Mineiro

 

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Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/5_Nh6M78jn0


FIADO (soneto)

Espiando na janela, a sorte vai em bando

E as nuvens levedando o pensamento

E pelo vento a rapidez vai multiplicando

E a poesia urdindo o vário sentimento:

 

Pranteio, rio, apresso, acalmo.... Ando

Descanso, me cubro, e fico ao relento

Assim, cada tento, tento sem mando

Neste lugar secreto, óbice e fomento

 

Apressa-te, sonho, amanhã é seguinte

Um novelo em turbilhão e de requinte

Pois, o que mais importa é estar amado

 

Não te fies da dor nem da arrogância

O destino tem a sua real importância

E a vida, não, e nunca negocia fiado!

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

10/07/2020, 07’29” – Triângulo Mineiro

 

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Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/KOVhcoWMDEY


quinta-feira, 9 de julho de 2020

O BEIJO (soneto)

Adoça-se-lhe os lábios, num afago preciso

E adelgaça-se o olhar em magia verdadeira

De amor, do meu amor, em aflante sorriso

Como para lambear a satisfação por inteira

 

Esvoaça-lhe o perfume pelo ar num paraíso

De prazer, de amparo, aquecidos na lareira

Do coração, desviando da alma o sério juízo

E alucinando o sentir como a paixão queira

 

Ternura melhor, a poesia, o maior instante

Meu firmamento ao luar e doce imaginação

E do querer, mais, foste o mais importante

 

Nesse louco vagar, de carícia e de emoção

Cada gesto, sensação, o toque no ir avante

Teu beijo no meu beijo se fez poética razão!

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

09/07/2020, 07’02” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiano

 

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https://youtu.be/RoU7n60Cp3k


quarta-feira, 8 de julho de 2020

SINO DOLOROSO (soneto)

Plangei, sino! O cerrado chora essa dor vasta

Ecoado no infeliz peito e no soneto solitário

Dessa realidade vil de uma tirania tão casta

Do afeto que um dia foi por nós necessário

 

Cantai, sino! A sofrência no cortejo arrasta

Verdugos sentimentos solução no itinerário

Escorrem lágrimas que ao pranto não basta

Arde a emoção e a alma neste árduo relicário

 

Em repiques de pesar, em desilusão a finados

Tilintando rancores, ó carrilhões, que aí tala

Em campas de sanhas, e de renhidos brados

 

Toe, sino doloroso, que no silêncio devasta

Badala, bimbalha, e num soar o aperto exala

Brandindo o amor com uma emoção nefasta

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

08/07/2020, 12’10” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

 

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https://youtu.be/tVTzShRMzYc


terça-feira, 7 de julho de 2020

FASCÍNIO (soneto)

Beija-me! O teu beijo ardente e brando

Entra-me o sentimento, intenso e forte

De arrepios e de suspiros, vivo, entrando

No afeto, e assim, acontecendo a sorte

 

Olha-me! O teu olhar, na alma radiando

Felicidade, luz, em um cálido passaporte

De ter-te aqui, e no querer ter-te amando

Onde a poesia e o poeta têm o seu Norte

 

Fala-me de sonho, de um límpido recanto

Onde o trovar conversa com a lua cheia

E o teu fascínio adentra em meu verso

 

Beija-me! Olha-me! Fale-me! Ó encanto:

- de amor... de paixão. Prenda-me na teia

Do teu magnético e tão delicioso universo

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

07/07/2020, 05’45” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

 

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https://youtu.be/KyfCMmDZpz0


segunda-feira, 6 de julho de 2020

UM AMOR CERRADO (soneto)

Cala-se o triste olhar. Anina o sentimento

E a deslizar pelo rosto mudo, a dor vencida

No exilio tão áspero dum vazio sentimento

Em uma lágrima de choro e de cor abatida

 

O horizonte se põe, nublado, suspira o vento

Algente, as sensações estão assim de partida

Pura! Frutificando na paz o ardente sofrimento

E a alma incrédula, ainda, não está convencida

 

Das gotas do pranto, abrasador as lembranças

E pela saudade a sofrência em estreitas tranças

Amarra o peito, apouca, e pelo clamor escorre

 

E sob o pesar tão cavado e magro, que tortura

Do sonho e as privações dos planos, - fulgura,

A dor, do derradeiro amor que cerra. E morre.

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

06/07/2020, 06’45” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

 

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https://youtu.be/9W7s31gVL0c


sexta-feira, 3 de julho de 2020

NUMA MANHÃ DE INVERNO (soneto)

Inverno. Defronte a inspiração. Cato por quimera

Sobre os sentimentos calados, e a agasta solidão.

Devaneios, perturbação. E a sensação na espera

No frio... tudo solitário, e desgarrado da emoção

 

A vidraça da janela, embaçada, úmida atmosfera

Tal uma tela em branco, aguardando uma demão

De imaginação, e perfume da delicada primavera

Aí, assim, adornar a epopeia devotada ao coração

 

E logo, ao vir do vento, gelado, ao abrir a janela

Invade a alma a sensação dum vazio subalterno

No horizonte cinza e tão sem uma luzida estrela

 

E eu olho o céu deserto, e vejo com o olhar terno

Absorto, com uma oca ideia de uma cor amarela

Que priva o estro poético, numa manhã de inverno

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

03 julho de 2020 – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

 

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https://youtu.be/JgJ9xBKriaM