domingo, 20 de dezembro de 2020

AFLITIVOS


Pra que disfarçar-te a sofrência do passado
Que meu poetar encheu de rugas no feito?
Por que não chorar e deixar ali encostado
Se, ainda hoje, é choro no íntimo do peito?

Como é escusado devanear deste jeito
Olhar o horizonte com suspiro dobrado
Escorrer lágrimas no verso sem agrado
E, assim, escrevinhar um nada perfeito

Não sei mais o que dizer, é imensidão
N’alma, pois hesita a minha inspiração
Aflora, implora piedade, muita frieza

Hei de estorvar neste poetar egoísta
Longamente, nos aflitivos do artista
Ainda que fatal, padeço com certeza!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

20/12/2020, 10’33” – Triângulo Mineiro

 

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Se copiar citar a autoria – © Luciano Spagnol

 

Vídeo no Canal do YouTube:

https://youtu.be/IIXTXooHhCE


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