Inverno. Em frente ao cerrado. Está frio
A nevoa espessa na calçada, miro absorto
Pela janela. Rodopia o vento, num assobio
Vai e vem, arrepio, tá frio, um desconforto
O silêncio aqui dentro, lá fora um vazio
Sinto calafrio, que frio, à tarde no orto
E o pensamento em um devaneio vadio
E o sentimento angustiado num aborto
Ai que frio! Tá frio! E a poesia por aí
Numa tarde de inverno em Araguari
E a noite mansa chega assim tão
triste
E eu olho o céu deserto,
avermelhado
É de frio! O inverno é todo o
cerrado
Banhado deste frio, tá frio! Que insiste!
© Luciano Spagnol - poeta do
cerrado
21/06/2020, 16’12” - Araguari
Olavobilaquiando
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