sexta-feira, 26 de junho de 2020

SEXAGENÁRIO (soneto)

Velhice. Um novo horizonte num outro amanhecer

Lúrida, o vigor sem luz, roto e frágil; o pensamento

No ontem, a tremer, e o olhar revoando pelo vento

Cambaleando na encosta do tempo, e ali a descer...

 

Passa. Passando. Sucessivo, um novo sentimento

Que sombreia a fronte, o eu e o querer nesse ter

Sentir, ser, afinal, ainda no roteiro do poder viver

Amparando os passos, desamparados, sofrimento

 

E neste encanecido silêncio, a cada passo a ilusão

Volta, evocando o sentido do velho terno coração

Deixando a saudade solta pela lenta madrugada

 

E cochila o olhar: e o olhar alucinado, tão calado

Cabeceia nos segundos empoeirados do cerrado

Incomodado, tal um leão em uma furna apertada

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

26/06/2020, 09’33” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiano

 

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol


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