segunda-feira, 20 de julho de 2020

POÇO (soneto)

Dizem que a saudade é a dor profunda

Que no peito nem o suspirar a estanca

Todos querem tirar, mas pouco arranca

E se mais a cava, tanto mais se afunda

 

Contudo, padece sempre, ó prava tunda!

Que nessa sofrência mina e desbarranca

E vai dando aflição, tão velhaca retranca

Que desalenta e de insatisfação inunda

 

Quanto vazio, e noite que não encerra

Dando ao olhar um gemido que berra

Té que o silêncio a prostração convida

 

E então, nesta lavra tão árida e tão nua

Que na lembrança só se tem a falta tua

Sufoca, estrangula e empobrece a vida!

 

© Luciano Spagnol -poeta do cerrado

20/07/2020, 09’46” - Triângulo Mineiro

 

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol

 

Vídeo – Canal no YouTube:

https://youtu.be/3h8ufqe8zc0


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