quarta-feira, 8 de julho de 2020

SINO DOLOROSO (soneto)

Plangei, sino! O cerrado chora essa dor vasta

Ecoado no infeliz peito e no soneto solitário

Dessa realidade vil de uma tirania tão casta

Do afeto que um dia foi por nós necessário

 

Cantai, sino! A sofrência no cortejo arrasta

Verdugos sentimentos solução no itinerário

Escorrem lágrimas que ao pranto não basta

Arde a emoção e a alma neste árduo relicário

 

Em repiques de pesar, em desilusão a finados

Tilintando rancores, ó carrilhões, que aí tala

Em campas de sanhas, e de renhidos brados

 

Toe, sino doloroso, que no silêncio devasta

Badala, bimbalha, e num soar o aperto exala

Brandindo o amor com uma emoção nefasta

 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

08/07/2020, 12’10” – Triângulo Mineiro

Olavobilaquiando

 

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Se copiar citar a autoria – Luciano Spagnol


Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/tVTzShRMzYc


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