Minha poesia tem seu segredo, o seu mistério
Um amor perdido, eterno, na alma concebido
Que o mantem quieto, e na sensação dividido
Um querer impossível, tão cheio de critério
Ai de mim! Nas trovas passei despercebido
Solitário ao seu lado, de uma sorte estéril
Indigerível e uma versificação no cautério
Sem pedir nada, sem nada, e tão bandido
Sentimento... aqui no peito doce e terno
Que segue o seu caminho, sem me ouvir
Num murmúrio árido e frio tal o inverno
E, o poema piedosamente fiel, no sentir
Tal rama em flores e espinho no verno
Verseja o amor e a tristura sem desistir
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
05/11/2020, 19’30” – Araguari, MG
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